22 de dez. de 2010
Cartão de Natal
Te desejo saúde
Casa
Comida
E um amor
Por toda a vida.
Uma caixinha ( vou além )
De
Pensamentos sensatos e justos, também.
A fé de sempre
A paz
Amém.
*Amados e amadas, um Feliz Natal!
Carinhosamente, Neusa*
Neusa Doretto
16 de dez. de 2010
Altruísta
Que seja este céu –
oferecido
A paisagem do teu vôo –
distraído.
Moni
Imagem: arquivo pessoal
28 de nov. de 2010
21 de nov. de 2010
pede licença o poema
naquele momento em que
o lápis e o papel se encontram
em outro espaço-tempo.
como fazer, então?
como fazê-lo?,
o poema?
porque de repente,
sem adeus dizer,
o poema segue seu ritmo
e não mais possível se torna
acompanhá-lo.
porque o que caracteriza
o poema
é a brevidade;
nasce para ser fugaz.
ítalo puccini
13 de nov. de 2010
Disforme
Visto a loucura com palavras lapidadas,
eu sei,
sou híbrida, mezzo-sicrana,
talvez
filha bastarda de Ana Cesar com Quintana,
lápis-lazuli pichado com spray.
1 de nov. de 2010
zênite
27 de out. de 2010
vislumbre
o vitrô
enferrujado
que não se abre
nem se fecha
permite olhar
pela fresta
o horizonte bi-
partido
pela árvore
provinda
da própria
muda
:
o futuro está
onde a vista alcança.
16 de out. de 2010
Doméstico
Estou em câmera lenta
Feito propaganda de xampu
ou de cachorro correndo para os braços do dono
Eu corro para os seus
E abano meu rabo
Neusa Doretto
10 de out. de 2010
Imperdoável
Dos teus diários suicídios
Distância, silêncio
A tua velada opção,
É o teu salto no abismo
Do meu esquecimento.
O único que não tem perdão.
Moni Saraiva
Para quem quer música para acompanhar, aqui.
2 de out. de 2010
língua de trapo
o ponto fraco:
falta-me pinto
mas tenho peito
e não me oprimo
tive partos,
gesto pactos
lavo pratos,
o que vier eu topo
ma non troppo
levo pito,
represo o pranto
despisto
sempre pronta,
disposta
toda prosa
o ponto forte
eu já te conto
está na ponta
- da língua
.
25 de set. de 2010
Começo...
O dia começa aqui,
e continua na morada do telhado,
no som das folhas que caem dançando teu despertar.
E eu enroscada em ti,
no desejo grudado de tanto.
e continua na morada do telhado,
no som das folhas que caem dançando teu despertar.
E eu enroscada em ti,
no desejo grudado de tanto.
18 de set. de 2010
11 de set. de 2010
palavradesordem
descalçar a palavra
desamarrá-la
levá-la ao barro
tirá-la
socá-la
vesti-la
não deixá-la sendo aquilo que ela não é nem nunca poderá ser
algo assim único intangível uniforme
sujá-la
do que ela mais precisa
da desordem
ítalo puccini
3 de set. de 2010
2 de set. de 2010
" Sabotagem "
Olhe só, o “Dedo de Moça” nas minhas mãos. Saiu de São José dos Campos, numa quarta-feira,25 de agosto. Ganhei um presente da Valéria – a Tarelho – aquela mulher que escreve bem pra ca _ _ _ _ _ ou pra cacete, como você preferir. Surpresona, sem palavras. Que livro bem cuidado. Que elenco de primeira. O Dedo de Moça ardendo nas minhas mãos. Depois da chegada, durante o uísque: aperitivo inenarrável, quase inescrevível. O livro é vermelho tem uma borboleta no meio, a “Sabotagem”:
“ descendo
de uma família
onde todos
morrem cedo
vítimas
de um tumor maligno
esse destino
[fatídico]
comigo não tem chance:
eu sou o câncer “___________________Valéria Tarelho
(Estou devorando, lendo, lendo, lendo, sem parar. Uma delícia ,meu Deus, vou ler em 3 dias)
Dedo de Moça- uma antologia das Escritoras Suicidas- Pela \Terracota, organização: Florbela de Itamambuca, Silvana Guimarães).
23 de ago. de 2010
26 de jul. de 2010
Urgência
Morderam a vida toda em 10 minutos
sexo bom e analfabeto
sob a lua de curvas
ancas
e reto
Gemendo grunhidos
desgrudaram-se do mundo...
Pegaram a felicidade pela mão
e foram embora
que por hora é o que se tem
Neusa Doretto
15 de jul. de 2010
Sessão da Tarde
Ah, esses sonos
De meio-de-tarde,
De poucas vantagens,
Nem sempre bacanas
E os seus sonhos
De roteiro covarde,
Meros curtas-metragens,
Quase sempre sacanas.
17 de jun. de 2010
9 de jun. de 2010
Parceiros do Curta-Metragem.
Em respeito ao poema do parceiro de blog, peço que as publicações sejam feitas no intervalo de 7 dias; uma semana entre um e outro, possibilitando o tempo mínimo de leitura para cada poema, garantindo desta forma a satisfação em ser lido e comentado.
beijinhos,
Neusa Doretto
beijinhos,
Neusa Doretto
o poema direito
Vou fazer o poema direito
O poema direito
vai conter a mulher que deseja o meu desejo
e terá os meus pés no seu andar
de forma que nada desencontre
separe ou desaponte
O poema direito sorrirá com todos os dentes
e pagará para que eu escreva sempre
O poema direito só cantará o amor coincidência
Não a indecência do coração torto
caído
e morto
Vou fazer o poema direito.
Neusa Doretto
4 de jun. de 2010
umbigo
[valéria tarelho]
umbigo:
entremeio obscuro
furo
entre fenda e seios
senda
da sua libido
vereda
em que passeiam
língua e dedos
orifício
que permeia
o desejo
poço
a um passo
de meu sexo
* publicado no Livro da Tribo 2005 pgs. 170/171
ilustração de José Carlos Martinêz, especialmente para a agenda.
umbigo:
entremeio obscuro
furo
entre fenda e seios
senda
da sua libido
vereda
em que passeiam
língua e dedos
orifício
que permeia
o desejo
poço
a um passo
de meu sexo
* publicado no Livro da Tribo 2005 pgs. 170/171
ilustração de José Carlos Martinêz, especialmente para a agenda.
3 de jun. de 2010
Sentimento
Estou mais ágil Menos frágil Olhar dianteiro De mochila Leve de amores
levo aromas odores e tudo que meus dedos já tocaram
E transformaram em coração.
Que este não pesa
Neusa Doretto
27 de mai. de 2010
11 de mai. de 2010
É Feito Estufa
O meu verbo sufocado
O teu silêncio gritado
E minha natureza maltratada:
A chuva que brota dos olhos
É salgada.
Moni
8 de mai. de 2010
Mostarda
Estou me tomando
casas e lagos
saboreando afagos na comida benta do dia.
Mexendo com alimentos
O cheiro melhor
que sentimentos
por hora,
sacos dobrados.
Neusa Doretto
6 de mai. de 2010
Cantiga de Moça
Se tu não te cansas,
tampouco me canso
- teu braço roçando o meu -
goiaba e açúcar,
quando juntam no tacho,
pra sair cheiro de amor
só precisam de um fogo baixo.
tampouco me canso
- teu braço roçando o meu -
goiaba e açúcar,
quando juntam no tacho,
pra sair cheiro de amor
só precisam de um fogo baixo.
3 de mai. de 2010
poema extraído de jornal
escavando o lixo
à procura de mistura
choro com chorume
suor com sofrimento
os ofícios do osso
o vício da sobrevivência
a religião esquecendo o pecado
a ciência resolvendo a fome
: um coração autopsiado
é o almoço que se come
1 de mai. de 2010
mayday
29 de abr. de 2010
26 de abr. de 2010
23 de abr. de 2010
safo
Google imagens
por fora
teu faro
de fera
por dentro
o fino trato
fato:
sou sua presa
fácil
valéria tarelho
* de improviso, inspirada no Ricardo Mainieri
Noturno safári.
Devasso tua roupa
de tigresa
e adivinho uma fera...
Ricardo Mainieri
14 de abr. de 2010
3 de abr. de 2010
31 de mar. de 2010
29 de mar. de 2010
Pura Vodka - para Leminski
25 de mar. de 2010
16 de mar. de 2010
camisa de força
12 de mar. de 2010
vaidade
o olhar em gotas
diante do espelho:
a morte antecipada de narciso!
o que seria preciso
para restabelecer a vida
além de manter os cabelos
e estender a pele rota?
(─ renascer!)
5 de mar. de 2010
idiossincrasia
prefiro a utopia
(a palavra empunhada
feito um martelo)
à ideologia
(a palavra empunhada
feito um prego)
(a palavra empunhada
feito um martelo)
à ideologia
(a palavra empunhada
feito um prego)
4 de mar. de 2010
27 de fev. de 2010
Joio
sei que te assanho
e tiro o sossego.
Às vezes me entrego...
Mas na maioria,
é só brincadeira
e se aperta,
eu espano.
Tenho um escudo
à prova
de perdas e danos.
25 de fev. de 2010
relationship
24 de fev. de 2010
Cansei desse inverno.
Tirei meu sol do armário
Tirei meu sol do armário
E saí por aí
Fazendo inveja a cada flor
Com esse perfume doce
Que resolvi assumir.
E ao invés da espera
Sou primavera entre as borboletas.
Moni.
Imagem do blog: www.365jackpots.wordpress.com
21 de fev. de 2010
noite
toda vez que eu ficar sozinha
vou me dar colo e ouvidos
e cantar
para a velha mulher dormir
neusadoretto
11 de fev. de 2010
memórias da infância
minha infância durou
até aos 17 anos
depois tive que me alistar:
ganhei um número
e perdi a identidade...
sidnei olivio
6 de fev. de 2010
rapidamente inesquecível
eu cantaria várias vezes a mesma mulher
pelo glamour
conquista
e posse
de todo o reino por
10 minutos
porque protejo a frivolidade
fugaz
viva
da vida
neusadoretto
20 de jan. de 2010
17 de jan. de 2010
Pra viagem
Vamos ao supermercado
lá é tão lindo
eu indo
levando
você vindo
trazendo
a comida
a bebida
a saudade
lacrada
Embrulhe pra viagem
que cozinhar
que nada !
ND
6 de jan. de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)