vampira

 Mais iluminado que teu fantasma, é me trair; te ensanguentar em mim.
 Assim renasço.
Quero  doces cobaias para a minha luz.


Neusa Doretto

Reinvento palavras
bordo letras em carmim
sopro verbos quentes
tudo em vão...


a poesia não mora em ti
sequer a visita...

arte íntima

via Google imagens

este poema
desenha a boca
que ordenha
sua seiva viva

esboça a língua
que delineia - à risca -
os contornos
da escrita arisca

pinta o entremeio
das nuas entrelinhas
com - morna lisa -
textura de saliva

INDEPENDÊNCIA E MORTE

                                                             Túmulo de D. Pedro I

Autocrítica autolimpante,
Autoajuda self-service,
Autarquia, xampu tonalizante,
Folhas perenes, partenogênese:
A independência é restrita
A estados, processos e sistemas,
A morte independe.

TAUTOGRAMA

Afago
anis
adocicado
amoras
amigas
amanhã
amantes...

Sentimentos

Outro dia
Abriu a janela:

A novidade
era uma água quente
lavando por dentro
o centro
da alma
da  mulher salva
da rotina

NDoretto

Podem atacar-me os sãos.

Mas é na loucura que germina a vida, 

essa doce urtiga.