26 de fev. de 2011

22 de fev. de 2011

carapaça






No dia em que nasci
Sei lá se chorei
Ou se desmontei a sorrir
Sei apenas que cresço
E alargam-se dúbias
Minhas terras índias
E a carapaça que cobre a matéria sanguínea
Fortalecida ergue-se ao redobrar das horas
E a menina que um dia alardeava sóbria
Seus rituais de vida e desforra
Torna-se
Deliberadamente
Pura e casta
Eu singular imprópria.





Imagem ursulav

14 de fev. de 2011

sem título

ontem sonhei outra vez com o decote seu uma parte isolada de ti separada mesmo assim ele se apresenta a mim tenho-o como um objeto inalcançável talvez intocável algo que se alcança com o olhar ou com uma ideia deste olhar mas não com o toque nunca com o toque

[como aquele poema mais marcante daquele livro de poesias em que você rasga a folha guarda-a consigo mas somente o alcança – o poema – através da leitura que dele faz até que ele se torne parte corpórea sua e então você não precise mais nem lembrar de onde você o roubou]

í.ta**