28 de nov. de 2010


ARMADILHA







Hoje não tenho nenhum poema




Hoje,
só flores nas mãos
estrelas no céu da boca
um verbo torto mancando
na ponta da língua
e a palavra traiçoeira
teimando não ser cuspida.

21 de nov. de 2010

pede licença o poema



naquele momento em que
o lápis e o papel se encontram
em outro espaço-tempo.

como fazer, então?
como fazê-lo?,
o poema?

porque de repente,
sem adeus dizer,
o poema segue seu ritmo

e não mais possível se torna
acompanhá-lo.

porque o que caracteriza
o poema
é a brevidade;

nasce para ser fugaz.

ítalo puccini

13 de nov. de 2010

Disforme


Visto a loucura com palavras lapidadas,

eu sei,
sou híbrida, mezzo-sicrana,
talvez
filha bastarda de Ana Cesar com Quintana,
lápis-lazuli pichado com spray.

1 de nov. de 2010

zênite


Google imagens

lembrar-te
é uma conc-
reta arte

[est-
ética
à parte]

amei-te
abstrata-
mente
[es-
tática]

na tênue


v
e
r
t
i
c
a
l
m
a

do horizontem


valéria tarelho