31 de jan. de 2012




Gosto tanto do vermelho

que alegre e bem disposto

sorri do azul

que

cansado da vida,

subiu aos céus...

Tum-tum- Tum Tum Tam Tum Tum


Meu coração,
cheio de bossa e ritmo,
tu eletro - feres.

agora descompasso
em extra - sístoles...


30 de jan. de 2012

segunda-feira











a razão do trabalho
é o repouso: grita
enfaticamente
o fantasma de Aristóteles
aos seus ouvidos filosóficos

mas a realidade
se sobrepõe à teoria
: o relógio interrompe
a máxima
do seu sonho moribundo

(salta de susto
da cama
recobrando a vida batida)

25 de jan. de 2012

*em tempo





Porque a vida é isso:
coisas que se sente
loucura ou o doce que se come


Agora e daqui a pouco
o abraço no  outro
sem pensamento 

ou 
questionamento 
posterior
se

é 
ou 
não 
amor


Tic-tac-tic
tic-tac
tic







Tac.




Hoje




Invadi o dia
libertei as horas
arrombei os segundos
sempre tão seguros


o sol fertilizando meu dia
adoro adolescer ao cair da tarde
depois eternizar
azuis e amarelos...

24 de jan. de 2012

DELEITE




Subiu as escadas.
O chão roçado pelo tempo
A tilintar seus saltos e
Suar a alma da nudez
De seus desejos.
Parou diante da porta
Lambeu a luz que saltava da fresta
E forçou o desejo do convite:
Um espiar truncado,
O coração rendido.
Entrou.
Era um gato de casa.


- mariela mei - 

23 de jan. de 2012

di[r]eta



até seria doce
se tudo
se resumisse
a "ou dá
ou dane-se"

mas o menu
não oferece
nem pavê


valéria tarelho

*imagem via Google

amores platônicos & o divã de freud

1.

então conheci todas as sensações que só ouvira falar (foi logo depois de vê-la em quase nudez numa tarde suada de novembro). ansiedade. ofegância. desejos. amor sem esperança desafiavam minha delicada fisiologia. dormia e acordava sonhando com seu toque e no entanto ela não me conhecia. ela jamais me conheceu.

18 de jan. de 2012

A lógica



A vida é devoração      Vamos comer     Vamos comer tudo    Bem devagar    Amar   Mastigar    
Vamos comer       Morder os palitos da solidão e    arrotar o tempo perdido       Vamos viver 
Devorar a felicidade que é farta      Experimentar com mordidas macias as coxas dos dias     A vida é devoração          Vamos comer        Temos abraços e estrelas

neusadoretto

13 de jan. de 2012

BRUTAL

Com tua herança moral,
Que fazes enquanto o amor
Constrói uma realidade
Que não podes chamar de tua?

Lava a cara, descobre-te outra,
Sê quem tiver que for
Ou mata-te a pauladas
Entre os cães no meio da rua.

11 de jan. de 2012

escolha







Eu  no sono
lento
da
monogamia

adentro
os corpos
com dedos
de poesia














imagem: Xenia Antunes

10 de jan. de 2012

Tropel


O sono não vem
- e cadê minha poesia? -

Essa algaravia de vida
zunindo e me deixando tonta.

Tanto acontecendo fora de mim
que é demais
pro aqui dentro dar conta.

CICATRIZ




O nosso amor
é um retalho antigo
no meu peito.

De vez em quando
lateja.


...
mariela mei

9 de jan. de 2012

de cera

foto via Google imagens

sou do tipo
só_lido

o duro
é que derreto
se você

chama


valéria tarelho

6 de jan. de 2012

SIM!

O mundo é
o seu sorriso
e eu toda ouvidos
para o amor.
Embriagados estalamos
o estrado de imbuia
com muitos outros sons.
Tudo era stream de consciência
e vivemos felizes para sempre
até o sol se pôr.

4 de jan. de 2012

PARTIDA



Silhuetas de nanquim
Em ladrilhos verdes
Sussurram cúmplices
Ao roço sutil
De dedos em paredes
Caracóis na ventania

E o jogo de suas pernas
A declamar o fim do dia.


outras tantas

Outra fala
outra palavra
outra coisa
outra casa
outra vida :


Outra primeira vez


Uma vez
ou outra 





3 de jan. de 2012

Zig-Zag


Para quem acredita,
a verdade
seja dita.

Para quem não aguenta,
a mentira
seja benta.