28 de dez. de 2012

FLUXOS

Veloz e voraz
o beija-flor
furta cor,
sorve néctar,
voa no vidro,
à janela jaz
e a moça
que adoça o chá
lhe faz
branca mortalha
do pano de linho
em seu regaço
e o deita na foz
estreita do riacho.






4 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Cris, teu curta metragem, mais que um poema, é uma música. Muito bom!
Um abraço. Tenhas um lindo e maravilhoso 2013.

NDORETTO disse...

Vou ler de novo!
Fantástico. Que delicadeza!

((((Linda, Feliz Ano Todo!
Beijos))))


Larissa Bello disse...

O texto parece descrever uma época que não existe mais. Em que detalhes como esses não são mais percebidos. Que bom que você o descreveu tão bem e fez ressucitar boas lembranças.

Bjos!

chris ritchie disse...

Obrigada a todos pelos comentarios. Na verdade, Larissa, o poema recria a morte de um beija-flor ocorrido em julho de 2011 na janela da cozinha da minha tia em Crieff, Escocia, enquanto tomavamos... cafe! Ela e minha prima nao podiam ver o bichinho morto em seu jardim, entao eu o enterrei na trilha do riacho Oakbank, que passa em frente da casa delas. Apesar de incluir a morte, eh sim uma boa lembranca!
bjs