21 de fev. de 2012

MURMÚRIO


Ai de mim!
Que nada vejo ou ouço,
Senão o respingo de seus passos
Tão tímidos e xoxos,
Brejeiros - desafiam-me!
Ai de mim, querida,
Que tanto tive para lhe contar
Das vidas que me fugiram
Só porque a quis amar
De longe e manso.
E ficava lá, obra de arte,
A olhar a vida sua.
Ai de mim, amor meu,
Que perdi o andar dos dias
E não vi, tão vazias
As pupilas desamparadas
De seu coração solitário.
Ai de mim ai de mim...




imagem: "Jeanne", de Amadeo Modigliani

4 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Muito bom. Mariela.
Um abraço.

NDORETTO disse...

Obra de arte é a sua poesia!!!!!
Que maravilha!
Amo esse poema!

\O/ beijos!

agostinho disse...

Adorei.
Parabéns!

Mara faturi disse...

Bello, bello;))
Bjo